Sistemas de amortecimento das vazões máximas - DuoTeB
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Sistemas de amortecimento das vazões máximas

Sistemas de amortecimento das vazões máximas

Por: DuoTeB - 03 de Outubro de 2024

Saiba mais sobre Sistemas de amortecimento das vazões máximas

Nas semanas anteriores falamos um pouco sobre drenagem urbana de forma geral. Também falamos sobre os planos diretores de drenagem urbana de forma macro e mais detalhada. Falamos ainda sobre infraestrutura verde e azul, sobre o dimensionamento da rede de drenagem urbana e os desafios enfrentados na maioria das cidades brasileiras.

Seguindo na linha de drenagem urbana e dada a ocorrência cada vez mais frequentes de precipitações intensas, hoje falaremos um pouco sobre os sistemas de amortecimento de cheiras e inundações nas cidades.

Os sistemas de amortecimento de cheias nas cidades são infraestruturas e estratégias projetadas para mitigar os efeitos de grandes volumes de água pluvial durante eventos de chuvas intensas, reduzindo o risco de enchentes e alagamentos. Esses sistemas atuam no controle do escoamento superficial e na moderação dos picos de vazão, protegendo as áreas urbanas e os recursos hídricos. A seguir são apresentados os principais sistemas de amortecimento dos picos de vazões nas cidades, suas características, funcionamento, vantagens e desvantagens.

Um dos primeiros sistemas que as cidades podem, e devem adotar é os telhados verdes e os jardins de chuva.

Bacias de Detenção e Retenção

  • Bacias de Detenção:
    • Descrição: São áreas projetadas para armazenar água temporariamente durante eventos de chuva, liberando-a lentamente para o sistema de drenagem.
    • Funcionamento: A água da chuva é acumulada na bacia de detenção e liberada gradualmente após o pico da tempestade, reduzindo a pressão sobre o sistema de drenagem.
  • Bacias de Retenção:
    • Descrição: Diferentemente das bacias de detenção, as bacias de retenção são projetadas para reter a água por um período mais longo, permitindo a infiltração no solo ou a evaporação.
    • Vantagens: Ambas ajudam a prevenir enchentes, controlam a erosão e podem melhorar a qualidade da água, permitindo a deposição de sedimentos e a filtragem de poluentes.
    • Desvantagens: Podem ocupar grandes áreas e exigir manutenção regular para evitar assoreamento e obstruções.

Reservatórios de Águas Pluviais

  • Descrição: São estruturas subterrâneas ou superficiais que captam e armazenam água da chuva para uso posterior ou liberação controlada.
  • Funcionamento: Durante chuvas intensas, o reservatório captura a água da chuva, que pode ser utilizada para fins não potáveis, como irrigação, lavagem de ruas ou descarga em sanitários.
  • Vantagens: Além de reduzir o risco de enchentes, promove a economia de água potável.
  • Desvantagens: Pode requerer altos custos de instalação e manutenção, além de gestão cuidadosa da qualidade da água armazenada.

Parques Lineares e Áreas Verdes de Infiltração

  • Descrição: Parques lineares são áreas verdes ao longo de rios e canais que atuam como zonas de inundação controlada, enquanto áreas de infiltração são espaços permeáveis projetados para permitir a infiltração da água da chuva no solo.
  • Funcionamento: Essas áreas permitem que o excesso de água da chuva se espalhe e infiltre no solo, diminuindo o escoamento superficial e recarregando os lençóis freáticos.
  • Vantagens: Contribuem para a redução das enchentes, melhoram a qualidade da água, promovem a biodiversidade e oferecem espaços de lazer para a comunidade.
  • Desvantagens: A eficácia pode ser limitada em áreas urbanas densamente construídas, onde o espaço disponível é restrito.

Telhados Verdes e Jardins de Chuva

  • Telhados Verdes:
    • Descrição: São coberturas vegetadas que captam e armazenam parte da água da chuva, liberando-a lentamente para o sistema de drenagem.
    • Funcionamento: A vegetação e o substrato dos telhados verdes absorvem a água da chuva, reduzindo o volume e a velocidade do escoamento.
  • Jardins de Chuva:
    • Descrição: São depressões no solo projetadas para captar e infiltrar a água da chuva, utilizando plantas adaptadas para absorver e filtrar o escoamento.
  • Vantagens: Ambas as soluções ajudam a reduzir o volume de água que entra no sistema de drenagem, diminuem o risco de enchentes e melhoram a qualidade da água.
  • Desvantagens: São mais eficazes quando implementadas em conjunto com outras estratégias de gestão de águas pluviais.

Canais e Vales de Inundação

  • Descrição: São áreas projetadas para desviar temporariamente o excesso de água da chuva para zonas de inundação controlada, como vales ou planícies, onde a água pode se espalhar e ser absorvida.
  • Funcionamento: Durante eventos de chuva intensa, a água é desviada para esses canais ou vales, reduzindo a pressão sobre o sistema de drenagem urbano.
  • Vantagens: Reduzem o risco de enchentes em áreas urbanas, minimizando os danos causados por inundações.
  • Desvantagens: Requerem planejamento cuidadoso para evitar impactos negativos em áreas habitadas e ecossistemas.

Os sistemas citados aqui podem ser usados de maneira separada ou em conjunto. Recomendamos o uso sempre consorciado para diminuir e descentralizar as soluções, os custos e a necessidade de área.

É inegável a importância dos sistemas de amortecimento dos picos das vazões, sendo que estes contribuem para:

  • A Prevenção de Desastres, pois reduzem o risco de enchentes e alagamentos, protegendo a população, a infraestrutura e o ambiente urbano.
  • A Sustentabilidade Urbana visto que promovem o uso eficiente dos recursos hídricos e a recarga dos lençóis freáticos.
  • A Valorização Imobiliária uma vez que as áreas bem equipadas com sistemas de amortecimento de cheias tendem a ser mais valorizadas e seguras, atraindo investimentos e desenvolvimento.
  • A Qualidade de Vida da população visto que contribuem para a criação de espaços urbanos mais verdes, saudáveis e agradáveis, melhorando a qualidade de vida dos moradores.

Em alguns casos os sistemas de amortecimento do pico das vazões podem ser confundidos e se relacionar com a infraestrutura verde e azul. Em muitos casos podem ser as duas coisas, vai depender da concepção do projeto. Percebe-se que ambos os sistemas são fundamentais para a gestão das águas pluviais em cidades, especialmente em regiões sujeitas a chuvas intensas, onde o risco de enchentes é maior.

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